sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ampulheta

Trago em mim a areia e o vento
o pau e a pedra- o sedimento

tenho a velocidade da queda

entre liames e ditames
comunhão de polaridades
mensuro o ritmo do mundo
na duração que escorre
das balizas do tempo

arranjo entre arcaicos arquétipos
o equilíbrio oculto
entre a noite solar e o dia lunar

estrela errante que irradia rumores das rupturas
na transitividade da eterna espera
no firmamento limite de  envergaduras extremas

meu anima consola meu animus
num  cosmos interno
com suas centelhas vibrantes de luz
conduzindo rumo à imaginação- o fragmento

Entre anjos e arcanjos
áureos altares de bênçãos ancestrais
onde andrógenos insones
buscam nostálgicos pelo equilíbrio
passível de se despertar
no regresso à unidade
na efemeridade do traço
na jubilar conexão

                                Flávia Amaro



*Poema publicado originalmente no blog Imaginação Orgânica em 16/04/13.

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