domingo, 18 de outubro de 2015

Flecha astral fenômeno fascinante

I
Meu eterno agora se revelou no instante do reconhecimento anímico me permito prever pertencimentos no desdobrar de ancestrais vertigens nos viscerais humores que alimentam o ventos nuvem branca de sonho e alento a alegria vespertina dança à luz de flores estrelares numa genuína elegia de vibrações etéreas espontâneas
II
Nossos mitos místicos nos revelaram corpos pagãos na entrega absoluta da carne do carma, na cama mundana à consagração ritual da busca imanente do primitivo amor holístico essencial
III
Minha arcaica natureza te reverencia com todos os poros de uma corporalidade em intensa manifestação. Nossos êxtases extratemporais nos transportaram para o aqui inamovível e ainda posso verter-te na brisa do sul que sopra das montanhas e sinto-te inteiro
IV
Noites espirituais queimando feito chama de carvalho aromática tambores, guizos e assovios no ouvido e o arrepio de verdade Xamã azul Ebulição de constelações em transe e quando o pulso primitivo suspende feito lança certeira de ponta firme ascende minhas forças guturais de natural transcendência me sinto e me significo
Vapores elevados me guiam no canto da terra, da água, do vento e do fogo eterno das flores nas dimensões imantadas que sobrepõe desejos nos sobrenaturais queres das correntes benfazejas que simplesmente seguem traçados astrais firmados no pensamento das nuvens e das estrelas vivas e vivificadas na intuição da alma leve e aberta em expansão fruto dos cósmicos devires


Flávia Amaro

Nenhum comentário: